Hoje, 13 de Abril de 2024, estamos comemorando 193 anos desde que o hino nacional foi executado pela primeira vez, mas por que grafei em letras minúsculas as palavras “hino nacional”?
Acontece que naquela data de 13 de Abril de 1831, consta ter sido a primeira execução daquele, que décadas mais tarde, após algumas atualizações viria a ser oficializado como o Hino Nacional Brasileiro. Naquele dia, o hino executado era chamado de Hino Sete de Abril, data em que Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor do seu filho D. Pedro de Alcântara, que anos depois viria ser coroado Imperador do Brasil com o nome de Dom. Pedro II.
Segundo historiadores, a música daquele hino, “isto é a sua parte instrumental, foi composta pelo maestro Francisco Manuel da Silva (1795- 1865), então membro da Imperial Academia de Música. Esse maestro era profundamente ligado ao movimento de oposição ao reinado de D. Pedro I, bem como à influência que muitos portugueses que viviam no Brasil exerciam sobre o Império. Quando da abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, motivado por pressões políticas diversas, D. Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho, aqueles que eram contrários ao seu regime festejaram enormemente o ocorrido. O maestro Francisco era um deles.”
Conforme a história nos relata, naquele 13 de abril de 1831, a música de Francisco Manuel, com letra de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, foram executadas no Teatro São Pedro de Alcântara, que ficou conhecido também como Teatro Constitucional, localizado na praça Tiradentes, na cidade do Rio de Janeiro.
Convém ressaltar, que antes daquela data, o hino composto por Dom Pedro I após a Independência, em 1822, “atualmente cantado como lHino da Independência, e também o Hino Constitucional ou Hino da Carta, foi adotado oficialmente como hino nacional português até a proclamação da República lusa, em 1910”.
Passados alguns anos, a letra de Ovídio Saraiva, foi relegada ao esquecimento e não foi mais relacionada com a música do maestro Francisco Manuel da Silva. Quando da vigência do 2º Reinado no Brasil, ou Segundo Império, apenas a parte instrumental do hino era executada e assim permaneceu até a implantação da República.
Com a Proclamação da República, em 1889, alguns opositores do Imperador D. Pedro II exigiram que um novo hino fosse composto e que ele pudesse retratar a realidade da nova república, ora instalada no país.
De acordo com os historiadores, foi realizado um concurso para a escolha do novo hino, mas Deodoro da Fonseca, 1º Presidente do Brasil, por não ter gostado da música eleita desistiu da ideia de um novo hino, mantendo a música de Francisco Manuel da Silva como Hino Nacional.
No governo de Afonso Pena, sucessor de Rodrigues Alves em 1906, sexto Presidente da chamada Primeira República do Brasil ou República Velha como também é conhecida, o maestro Alberto Nepomuceno, membro do Instituto Nacional de Música, sugeriu ao presidente da República uma reforma da música de Francisco Manuel. Tal reforma foi autorizada através de um concurso com a finalidade de se escolher uma letra para o hino.
Osório Duque-Estrada (1870-1927), crítico, professor, ensaísta, poeta e teatrólogo foi o ganhador do referido concurso. A letra de Duque-Estrada foi combinada com a reforma instrumental que Alberto Nepomuceno fez na música de Francisco Manuel. Assim, nasceu o Hino Nacional tal como o conhecemos hoje.
Quando das festividades do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, a nova versão do hino, aprovada naquele concurso de 1906, foi oficializada como Hino Nacional Brasileiro, em meio a muitas discussões políticas e intelectuais acaloradas.
O Hino Nacional Brasileiro é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil. Os outros três são: a Bandeira Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional.
Colaboração:
Irmão Carlos Roberto Gonçalves
Mestre Instalado
A∴R∴L∴S∴ Vinte Seis de Agosto Nº 2.316 Benfeitora da Ordem – Campo Grande MS.
Grande Oriente do Brasil – MS
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