Cronologia histórica da fundação das Lojas Maçônicas do Grande Oriente do Brasil no território do Oriente de Mato Grosso do Sul

        No ano de 2021 comemorou-se o primeiro centenário da presença da maçonaria simbólica em Campo Grande. Todavia, no território do Oriente de Mato Grosso do Sul, a presença da Maçonaria ultrapassa esse primeiro centenário e celebramos 149 anos de existência institucional. Cronometramos esse período a partir do momento em que foi fundada em 1872, na cidade de Corumbá, a Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Caridade e Silêncio”, filiada ao GOB – Grande Oriente do Brasil. Em 2022, o Grande Oriente do Brasil celebra seu bicentenário concomitantemente com os duzentos anos da Proclamação da Independência do Brasil. Esse também é o ano do sesquicentenário da fundação do GOB na área territorial de Mato Grosso do Sul.

        Após meio milênio de existência, atuando nas construções de castelos e catedrais góticas na Europa e na Terra Santa, em substituição histórica das tradicionais lojas operativas de pedreiros medievais, as origens da Maçonaria moderna remontam ao início do século XVIII. No dia 24 de junho de 1717 – dia de São João Batista – quatro lojas londrinas se uniram para constituir a Grande Loja de Londres. Durante o decorrer daquele século grandes transformações históricas ocorreram no mundo europeu e americano. Aqui destacamos, entre elas, o advento do pensamento iluminista, a Revolução Industrial (1750), a independência dos EUA (1776) e do Haiti (1789), a Revolução Francesa (1789) e a expansão napoleônica repercutindo seus ideais pelo Novo Mundo. A influência de tais acontecimentos históricos moldará profundamente o mundo no século XIX.

        O fenômeno da industrialização e urbanização na geografia europeia e americana mudou o espaço prioritário das vivências, deslocando-o do campo para as cidades. As cidades se transformaram ao longo desse século em cenários férteis para o pensamento racional e científico. Nesse novo contexto, as lojas maçônicas proliferaram pela Europa e por países do Novo Mundo americano, difundindo literaturas até então não convencionais ou tradicionais, abordando um leque diverso de temas e questões filosóficas, postas estas por essa nova realidade urbana, industrial e capitalista.

        No Brasil não foi diferente, indícios sugeridos por fontes históricas apontam para o final do século XVIII como sendo o momento da instalação das primeiras lojas maçônicas na colônia luso/brasileira.

        Considerando-se a sobreposição e contradições de interesses despertados com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, esse episódio trouxe para a colônia a polarização cultural e geopolítica entre a Inglaterra tradicionalista e a França revolucionária. Os primórdios da Maçonaria no Brasil refletiram essa relação antagônica, propondo ideologicamente um projeto político para o adventício do novo país: por um lado, a proposta de Reino Unido Portugal-Brasil, aristocrático e absolutista que preservaria as estruturas coloniais na sociedade, por outro, o projeto de um estado/nação independente, constitucional e talvez republicano, inspirado nos moldes da República Francesa ou do federalismo constitucional dos EUA. O modelo de pensamento político da Maçonaria francesa se sobrepôs nas fileiras maçônicas das nascentes lojas brasileiras. Ainda sob o manto metropolitano português, em junho de 1822, algumas lojas simbólicas instaladas no Rio de Janeiro, se uniram e fundaram o Grande Oriente Brasílico, o qual, alguns poucos anos depois, foi renomeado como Grande Oriente do Brasil (GOB), adotando o modelo do Grande Oriente de França. Nasceu assim, a primeira organização maçônica com abrangência sobre o solo pátrio, a qual possuía plena ascendência territorial no estado/país recém fundado. Nesse período inaugural da Maçonaria no Brasil, o rito maçônico adotado pelas lojas então existentes foi o Moderno/francês.

        Na Província de Mato Grosso, criada após a Independência em 1822, durante todo o Primeiro Reinado, as tensões e conturbações políticas e ideológicas, provocadas por setores da sociedade cuiabana resistentes ao processo de independência, inviabilizaram a fundação de lojas maçônicas na área dessa província imperial. Todavia, após a abdicação de D. Pedro I, em 1831, novas articulações sociais e políticas propiciaram as condições favoráveis para a fundação da primeira loja maçônica em Cuiabá, na Província de Mato Grosso. Essa loja denominava-se, Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Razão” – adormecida em 1834 – e foi registrada no GOB com o número 4, portanto, por esse número de registro, essa foi uma das mais antigas lojas fundadoras da Maçonaria no Brasil.

        Ao longo de todo o período imperial foram fundadas na Província de Mato Grosso apenas outras cinco lojas: “Estrela do Ocidente”, fundada em 1871, em Cuiabá (abateu colunas em 1895); “Caridade e Silêncio”, fundada 1872, em Corumbá (obteve a Carta Constitutiva do GOB em 1874 – sendo o primeiro venerável do GOB em Mato Grosso do Sul, o Barão de Batovi); ”Beneficência do Alto Paraguay”, fundada 1874, em Cáceres (abateu colunas antes de 1884); “Sciência e Caridade”, fundada em 1874, em Miranda (abateu colunas antes de 1882); “Pharol do Norte” – Cruz da Distinção Maçônica, fundada 1875, em Ladário; “Luz e Ordem”, fundada em 1884, em Diamantino (abateu colunas em 1892). Pelas datas de fundação, pode-se perceber um movimento histórico na Maçonaria mato-grossense do século XIX diretamente associado ao processo de reconstrução urbana da sociedade, da política e da economia da Província, após o fim da Guerra do Paraguai (1870). Ao mesmo tempo, essa dinâmica institucional da Ordem reflete o avanço do pensamento abolicionista, liberal, positivista e republicano, crescente em hegemonia política nas últimas décadas do século XIX. Hoje, das seis lojas acima citadas, apenas as Lojas “Caridade e Silêncio” e “Pharol do Norte” estão ativas, embora ambas também tiveram suas atividades interrompidas por algum período – por vários anos, no caso da Caridade e Silêncio, que adormeceu alguns anos após a Proclamação da República, reerguendo-se em 1965; a Pharol do Norte, que teve suas atividades interrompidas por alguns recessos temporários de poucos anos. Essas Lojas apresentam, atualmente, um perfil bem distinto daqueles que nortearam suas fundações e participação nos acontecimentos de seus respectivos tempos e lugares no passado. Ambas, hoje, estão localizadas em Mato Grosso do Sul.

        A participação política e ideológica da Maçonaria no projeto republicano foi decisiva. Tanto assim foi, que a Proclamação da República, em 1889, foi levada a cabo por um maçom, o Marechal Deodoro da Fonseca, o qual também foi Grão-mestre do GOB. Na primeira presidência da República, o vice, Marechal Floriano Peixoto, também era um maçom. Logo após a instauração da República e até o fim do período conhecido como República Velha, em 1930, foram criadas no Estado de Mato Grosso quatorze novas lojas simbólicas: “Amor à Ordem”, fundada em 1898, em Cáceres (extinta em 1899); “Estrela do Oriente”, fundada 1898, em Corumbá (posteriormente, se desfiliou do Grande Oriente do Brasil e passou a integrar o Grande Oriente de Mato Grosso, em seguida, filiou-se à COMAB – Confederação Maçônica Brasieira); “Caridade e Ordem”, fundada em 1899, em Nioaque; “Humanitas”, fundada em 1899, em Santana do Parnaíba (abateu colunas antes de 1891); “Caridade e Luz III”, fundada em 1903, em Miranda (abateu colunas após poucos anos de existência, em 1919); ”Luz e Verdade”, fundada em 1905, em Bela Vista (abateu colunas após poucos anos de existência, em 1917); “Luz e Caridade”, fundada em 1909, em Bela Vista (abateu colunas após o GOB recusar o registro em 1909); “América Latina Confederada”, fundada em 1913, em Porto Murtinho (abateu colunas após poucos anos de existência, em 1923); “Estrela do Sul V”, fundada em 1915, em Ponta Porã (abateu colunas após poucos anos de existência, em 1926); “Oriente de Maracaju”, fundada em 1921, em Campo Grande (posteriormente, após 1927, esta Loja transferiu-se para as Grandes Lojas Estaduais); “Amor Fraternal”, fundada em 1923, em Aquidauana (abateu colunas ainda nessa mesma década); “Razão e Força”, fundada em 1924, em Porto Murtinho – Benfeitora da Ordem; “Recanto Hospitaleiro”, fundada em 1927, em Santana do Parnaíba (desfiliou-se do Grande Oriente do Brasil em 1929 e adormeceu havia muitas décadas, e ressurge em 1971 como integrante da Grande Loja de Mato Grosso); “Segredo e Lealdade”, fundada em 1927, em Presidente Marques e “Vale do Paraná”, fundada em 1927, em Três Lagoas (desfiliou-se do Grande Oriente do Brasil no final dessa mesma década).

        A terceira década do século XX (1921 a 1930), período diretamente subsequente ao final da Primeira Guerra Mundial, tanto na Europa como na América, incluindo-se o Brasil, foi caracterizada por episódios históricos muito relevantes, específicos e inovadores. Entre outros, pode-se destacar, o crescimento econômico provocado pela reconstrução do cenário pós-guerra, internacionalização da economia, o início da “civilização do automóvel”, o início da “Era do Petróleo”, expansão do neocolonialismo, consolidação da Revolução Russa, propagação do pensamento científico/tecnológico, a eletrificação das cidades, o incremento da vida urbana noturna – Belle-époque –, surgimento do modernismo artístico/cultural, expansão dos conflitos de natureza ideológica, etc.

        No Brasil, sob forte influência dos acontecimentos mundiais acima citados, assistimos à industrialização de São Paulo e, em menor escala, de algumas outras cidades onde surgiram novas estruturas sociais, tais como, o operariado e a camada dos dirigentes e proprietários industriais ou ainda uma incipiente classe média. Em decorrência dessas influências, aparecem novas formas de pensar, de fazer política (tenentismo, p. ex.) e de criar (Semana de Arte de 1922). Em um mundo que caminhava para a polarização radicalizada a Maçonaria também refletiu essas tendências históricas. No ano de 1927 ocorreu a primeira grande cisão da Maçonaria brasileira, cujos reflexos se farão sentir também no então estado de Mato Grosso, ainda indiviso. A partir do cisma de 1927, iniciou-se o processo de fundação de novas lojas simbólicas não filiadas ao Grande Oriente do Brasil, originando então, a partir dessa data, progressivamente ao longo dos anos subsequentes, a criação das Grandes Lojas Estaduais. Lembramos aqui, que foi nesse ano que se organizaram os primeiros encaminhamentos políticos e conceituais com vistas à divisão territorial do estado.

        Quando o município de Campo Grande completava apenas 22 anos, foi no contexto histórico e cronológico descrito acima que surgiu uma nova geração de lojas maçônicas no Brasil, inclusive em Mato Grosso, entre elas, a Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Oriente de Maracaju”, fundada nessa cidade, no dia 22 de outubro de 1921, havendo, portanto, um século de existência da Maçonaria no Oriente de Campo Grande. Em 21 de abril de 1922, seguindo as rígidas orientações ritualísticas da Ordem, em uma cerimônia muito solene, foi lançada a Pedra Fundamental do Templo Maçônico que, até os dias de hoje, sedia a centenária e pioneira loja maçônica de Campo Grande (o original Boletim do GOB do ano de 1921, que notícia esse evento, faz parte do acervo da Biblioteca do GOB/MS). Localizado muito próximo ao ponto mais central da cidade – simbolizado pelo lugar do antigo relógio, instalado no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Avenida Calógeras – esse edifício, Patrimônio Histórico Estadual, testemunha assim, para o futuro, o lugar de origem do pensamento maçônico na edificação da cultura e sociedade campo-grandense. Após a cisão de 1927, essa Loja se desfiliou do Grande Oriente do Brasil e passou a integrar a Grande Loja de São Paulo e, anos mais tarde, a Grande Loja de Mato Grosso do Sul.

        As conturbações políticas que se seguiram ao advento da Revolução de 1930, dando início à Era Vargas (1930-1945) e a crise pré-Segunda Guerra Mundial, provocaram um refluxo na expansão da Maçonaria nacional, sendo a mesma perseguida e proibida em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, durante o Estado Novo de Vargas. Todavia, apesar da tensão política caracterizada pela polarização ideológica, no início década de 1940, mais precisamente em agosto de 1941, foi fundada em Aquidauana – cidade fortemente influenciada pela atividade modernizadora da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil – a Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Marechal Deodoro”, filiando-se ao Grande Oriente do Brasil. Em 1947, essa Loja, hoje octagenária, desvinculou-se do Grande Oriente do Brasil e filiou-se à Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo e posteriormente à Grande Loja de Mato Grosso do Sul, acrescentando o nº 2 ao seu título.

        Nas décadas seguintes, poucas lojas simbólicas filiadas ao Grande Oriente do Brasil foram fundadas na área de abrangência do, hoje, Oriente de Mato de Grosso do Sul. Tais foram: “Amor e Justiça VII”, fundada em 1956, em Coxim (essa Loja teve existência efêmera enquanto tal e não chegou a obter o registro do GOB, em seguida, filiou-se à Grande Loja de São Paulo); “União e Fraternidade VI”, fundada em 1965, em Campo Grande (em 1973 essa Loja se desfiliou do Grande Oriente do Brasil e, posteriormente, em 1979, passou a consorciar-se com outras lojas no Grande Oriente de Mato Grosso do Sul – COMAB); “Regente Feijó IV”, fundada em 1968, em Três Lagoas (em 1973 se desfiliou do Grande Oriente do Brasil, a partir de 1979 passou a integrar o Grande Oriente de Mato Grosso do Sul – COMAB); “Ordem, Trabalho e Progresso”, fundada em 1970, em Naviraí; “Fraternidade e Segredo”, fundada em 1971, em Campo Grande (em 1972 se desfiliou do Grande Oriente do Brasil, a partir de 1979 passou a integrar o Grande Oriente de Mato Grosso do Sul – COMAB); “Aquarius” Grande Benfeitora da Ordem, fundada em 1974, em Três Lagoas. Em 1975 foi fundada a ARLS Morada do Sol – Benfeitora da Ordem, em Inocência.

        No ano de 1973, durante o ápice do período do Regime Militar, antagonismos internos, motivados por razões políticas e ideológicas provocaram uma nova cisão institucional, impactando o Grande Oriente do Brasil no plano nacional. Algumas Lojas instaladas no sul de Mato Grosso uno se desvincularam do Grande Oriente do Brasil e passaram a integrar o Grande Oriente de Mato Grosso (COMAB – Confederação Maçônica do Brasil). Conforme o que foi exposto acima, três Lojas ativas e regulares no território do sul de Mato Grosso desligaram-se do Grande Oriente do Brasil, em 1973, e com o surgimento da COMAB, em 1979, migraram para essa nova Potência.

        Após o desmembramento de Mato Grosso uno, em 1977 e a implantação do Estado de Mato Grosso do Sul, em 1979, uma nova realidade política, social, cultural provocou iniciativas diversas no sentido de construir o arcabouço institucional, público e privado, no estado então criado. Em resposta a esse novo contexto o Grande Oriente do Brasil mobilizou seus recursos humanos com vistas a preencher os vazios institucionais criados pelos acontecimentos já anteriormente citados. Por iniciativa do Dr. Fadel Tajher Iunes, Delegado do Grande Oriente do Brasil e dos Irmãos Orlando de Andrade Pinho, General Amadeu Anastácio, Benedito Rodrigues da Costa, Jorge Rodrigues da Costa, Cid Antunes da Costa, Alberto Ferreira Dolores e outros valorosos irmãos que assinaram a ata, em 15/05/1977, foi fundada, em Campo Grande, a primeira Loja após o cisma de 1973 – a Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Pharol do Sul” – Benfeitora da Ordem, optando pelo Rito Escocês Antigo e Aceito para organizar os trabalhos em loja. O primeiro venerável dessa Loja instituidora foi o irmão Orlando de Andrade Pinho. Na imediata sequência foram fundadas em Campo Grande as Lojas, Edificadores de Templos – Benfeitora da Ordem, em 1978 e Aurora II – Benfeitora da Ordem, em 1978, viabilizando, assim, a criação, pelo Decreto n º 2635 do Poder Central, em 02/04/1979, do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do Sul, vinculado ao Grande Oriente do Brasil. Todavia, a instalação de fato do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do Sul ocorreu pouco depois, em 26/04/1980.

        Com a estrutura institucional reconstruída e atualizada, os esforços para a expansão do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do Sul, pela capital e pelo interior do novo estado, se difundiram em todas as direções cardiais, caracterizando uma nova fase na história do Grande Oriente do Brasil na área estadual. Com isso, nos primeiros quarenta anos de existência de Mato Grosso do Sul, diversas novas lojas simbólicas surgiram progressivamente e foram fundadas na área deste Oriente Estadual, as quais relacionamos cronologicamente a seguir: Américo Carlos da Costa – Benfeitora da Ordem, em Maracaju, em 1977; Arquitetos da Pirâmide – Benfeitora da Ordem, em Selvíria, em 1977; Cavaleiros do Sul II – Benfeitora da Ordem, em Bataguassu, em 1977; Obreiros Ocultos – Benfeitora da Ordem, em Nova Andradina, em 1977; Alvorada do Pantanal – Benfeitora da Ordem, em Corumbá, em 1978; Constância e Esperança – Benfeitora da Ordem, em Corumbá, 1978; Estrela da Fronteira – Benfeitora da Ordem, em Mundo Novo, em 1978; Estrela de Dourados, – Bem Feitora da Ordem, em Dourados, em 1978; Razão e Força, Benfeitora da Ordem, em Porto Murtinho, em 1978; Vale do Ivinhema – Benfeitora da Ordem, em Ivinhema, em 1978; Osvaldo Rodrigues Simões – Benfeitora da Ordem, em Rio Brilhante, em 1979; Força e Glória, em Glória de Dourados, em 1980 (abateu colunas em 2020); Luz e Fraternidade Jardinense – Benfeitora da Ordem, em Jardim, em 1980; Oito de Maio – Benfeitora da Ordem, em Campo Grande, em 1980; Onze de Outubro – Benfeitora da Ordem, em Campo Grande, em 1980 – fundiu-se com a Loja Luz e Fraternidade em 2019, originando assim a Loja Luz de Outubro; Amor, Progresso e Justiça, em Água Clara, em 1981; Arquitetos da Fraternidade, em Fátima do Sul, em 1981 (abateu colunas em 2004); Vinte de Junho, em Campo Grande/Bandeirantes, em 1981 (abateu colunas em Bandeirantes em 2017); Justiça e Perseverança – Benfeitora da Ordem, em Campo Grande, em 1982; Recanto da Fraternidade, em Cassilândia, 1982; Canaã, em Paranaíba, em 1983; Estrela do Norte, em Pedro Gomes, em 1983 (abateu colunas em 1999); Vinte e Seis de Abril, em Campo Grande, em 1983; Ponta Porã, em Ponta Porã, em 1984; Vinte e Seis de Agosto, em Campo Grande, em 1984; Acácia II – Benfeitora da Ordem, em Ribas do Rio Pardo, em 1985; Cavaleiros da Fraternidade III, em Costa Rica, em 1985; Dez de Dezembro, em Itaporã, em 1985; Fraternidade e Justiça, em Sete Quedas, em 1985; Filhos do Silêncio, em Campo Grande, em 1986; Recanto do Sol, em Miranda, em 1986 (abateu colunas em 2007); São João, em Três Lagoas, em 1986; Vigilantes de Brasilândia, em Brasilândia, em 1986 (em 2005 abateu colunas e foi transferida para Três Lagoas, transformando-se na ARLS São João); Virtus Et Labor, em Campo Grande, em 1986; De Emulação, em Campo Grande, em 1988; Renovação Campograndense, em Campo Grande, em 1988; Edificadores da Paz, em Chapadão do Sul, em 1991; Vinte de Agosto, em Dourados, em 1992; Luz e Verdade, em Bela Vista, em 1994; Monte Sião, em Itaquiraí, em 1994; Portal do Sul, em Sonora, em 1994; Terceiro Milênio, em Amambai, em 1994; Força, Progresso e Esperança, em Campo Grande, em 1995; Generosidade e Amor, em Anastácio, em 1995; Mestre Rivadávia Siqueira Lima, em Campo Grande, em 1995; Obreiros da Pátria, em Campo Grande, em 1995; Luz do Pantanal, em Aquidauana, em 1996; Obreiros de São João, em Campo Grande, em 1996; Vigilantes do Taquari – Benfeitora da Ordem, em Coxim, em 1996; Luz, Justiça e Perseverança, em Rochedo, em 1996; Patriarca de Campo Grande, em Campo Grande, em 1996; Estrela do Rio Formoso, em Bonito, em 1997; Guardiões da Luz, em Campo Grande, em 1997; Luz Campograndense, em Campo Grande, em 1997 – em 2003, fundiu-se com a Loja Justiça e Fraternidade, originando assim a Loja Luz e Fraternidade; Paz, Virtude e Fraternidade, em Campo Grande, em 1997; Professor Flamarion E. Taborda, em Dourados, em 1997; União e Trabalho, em Dourados, em 1997; Athamaril Saldanha, em Campo Grande, em 1998; Cavaleiros do Sol, em Campo Grande, em 1998; Justiça e Fraternidade, em Campo Grande, em 1998 – em 2003, fundiu-se com a Loja Luz Campograndense, originando assim a Loja Luz e Fraternidade; Renovação Campograndense, em Campo Grande, em 1998; União Campograndense, em Campo Grande, em 1998; Luz do Novo Milênio, em Campo Grande, em 1999; Nova Esperança, em Campo Grande, em 1999; União, Força e Trabalho, em Campo Grande, em 1999; Estrela de Anhanduí, em Campo Grande, em 2000; Luz e Fraternidade, em 2003, em Campo Grande; Universitária Camelot, em Campo Grande, em 2009; Cavaleiros da Esperança, em Campo Grande, em 2010; Arquitetos da Luz, em Campo Grande, 2011; Irmãos do Buriti, em Dois Irmãos do Buriti, em 2011 (abateu colunas em 2014); XV de Novembro, em Naviraí, em 2011; Guaicurus, em Campo Grande, em 2013; Cavaleiros Templários, em Campo Grande, em 2015; Harmonia e Verdade, em Campo Grande, em 2015; Obreiros da Independência, em Dourados, em 2015; Pérola do Planalto, em Sidrolândia, em 2015; Cavaleiros da Luz, em Campo Grande, em 2016; Luz de Outubro – Benfeitora da Ordem, em Campo Grande, em 2019.

        O panorama institucional maçônico havia se consolidado no estado nas décadas após o surgimento de Mato Grosso do Sul. A presença de lojas do Grande Oriente do Brasil se fez praticamente em quase todos os municípios do estado, fortalecendo assim a maçonaria e viabilizando horizontalmente a propagação dos ideais maçônicos junto à sociedade sul-mato-grossense, acompanhando o progresso econômico, cultural e social que se deu a partir da divisão política de Mato Grosso.

        Entre 1977, data da Lei que criou o Estado de Mato Grosso do Sul e o ano de 2019, antes da pandemia, foram criadas 79 lojas simbólicas no Estado. Ao se observar a cronologia das lojas fundadas nesse período, verifica-se que a fundação de lojas durante à primeira década do século XXI (2000-2010) foi muito pouco expressiva se comparado com o movimento de expansão institucional verificado nas duas primeiras décadas de existência do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso do Sul/GOB. Todavia, os anos de 2020/21, impactados profundamente pela pandemia do Corona-vírus, interromperam a trajetória dinâmica que vinha caracterizando a ação e crescimento da maçonaria gobiana estadual e, a exemplo de muitos outros lugares do mundo, uma nova fase institucional se instalou a partir daí. A suspensão das atividades presenciais nas lojas, os reflexos agudos na saúde física e psicológica no quadro de obreiros e de seus familiares, resultou na estagnação e refluxo do modelo de ordem social e cultural componente da proposta maçônica para o bem-estar da humanidade.

        No final do ano de 2021, ao que parece, as atividades econômicas e sociais retomaram paulatinamente suas rotinas, todavia, com novas características, as quais os analistas apelidaram de “novo normal”. As lojas retornaram parcialmente às atividades presenciais e discutiram, cada uma conforme o seu perfil, como existir e se recriar na realidade pós-pandemia. Algumas inovações, tais como a introdução e manejo de novas formas de mídia eletrônica, foram produtos positivos da crise e deverão ser adotadas em caráter permanente, de agora em diante.

        As crises sempre trazem danos, mas também modernizam. Coube às lojas e à direção estadual do Grão-mestrado iniciar um processo interno de discussões e diálogos inter-lojas visando reagrupar/reorganizar a Ordem e adequá-la à nova realidade.

        No final do ano 2021, o quadro de obreiros no GOB/MS alcança, aproximadamente, 1680 elementos. A natureza da nova fase histórica (pós-pandemia) do Grande Oriente do Brasil, em Mato Grosso do Sul, só o futuro poderá explicitar. Temos que aguardar o tempo histórico fluir para que seja possível analisar objetivamente quais foram as mudanças e qual a sua profundidade estrutural e, só então, avaliar e definir quais os destinos possíveis para a Ordem e que tipo de relações com a nova sociedade emergente da nova realidade serão os melhores a serem praticados pela Maçonaria gobiana.

Autor:
Ir.’. e Professor Gilson Rodolfo Martins