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QUE PAÍS É ESTE?

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QUE PAÍS É ESTE?

Aquela máxima: “dê o bastão ao cidadão e veja qual será a reação dele” (digamos, seu comportamento, sua postura), é válida. As reações são as mais diferentes, só se saberá o tipo, a partir do momento que o sujeito passa a ter a posse do “bastão”.


Uma coisa é: eu sou…, faço isto e farei. E no frigir dos ovos, é o que estamos vivenciando. E, quando dizem em alto e bom tom, inclusive batendo no peito: “eu sou honesto”. Como se honestidade fosse privilégio de alguns. Ser honesto parece ser algo estranho. Bem, se pararmos para pensar, os valores hoje, estão invertidos. É aquela estória, as aparências enganam.

Sei lá, tem hora parece que estamos vivendo fora de época, nem muito adiantado, nem muito atrasado, mas fora do eixo de centro, apesar dos avanços tecnológicos. Gente! Todos têm ideia do que é certo ou errado. Por que dificultar quando a solução está no simples. E a todo instante, vê-se que ao invés de facilitar, procura-se criar empecilhos, praticamente em tudo. É verdade que não devemos confundir conhecimentos necessários para o exercício de profissões, com responsabilidades, que requerem estudos, estágios (prática e habilidade).

Dependemos uns dos outros, seja rico ou pobre. Diríamos que o rico tem mais dependência, em face de possuir mais bens materiais, e lógico, dependerá na maioria das vezes de terceiros para mantença das coisas que lhe pertence, e sua própria sobrevivência. Advindo daí preocupações atreladas às pessoas que mantém ou venha manter relações.

Respiramos o mesmo ar (ainda é possível), temos liberdade para ir e vir (ainda é possível). Cremos que paramos por ai, senão vejamos: para nascer (pagamos) para viver (pagamos) e ao morrer pagamos, ou melhor, alguém paga. Até entendemos a existência de custos. Mas, tem muito custo, na relação custo benefício. Não há quem agüente, vamos simplificar. Puxa, somos castigados e lá vai tempo. Façam uma reflexão.

Num país como o nosso, de dimensões continentais é difícil governar, claro é sabido. A prioridade no sul não é a mesma do norte. Entretanto, educação, saúde e segurança são necessidades basilares em qualquer região, apesar das diferenças regionais existentes. Daí ser de bom alvitre deixar a cargo de cada região, fazer estudos e planos no tocante a investimentos na educação, saúde e segurança, com base na realidade vivida pela população, observados limites e controles nas esferas municipal, estadual e federal. Governar é enfrentar desafios, buscar soluções para o povo, com o povo, com os pés no chão. Chega de promessas vãs. O povo é tolerante, contudo não é bobo.

O Brasil é um país novo, tem de “tudo”, mais do melhor do que do pior. Continua valendo o dito pelo Pero Vaz de Caminha: “… em se plantando tudo dá …” Daí por analogia cabe perguntar: por que não investem na educação, com afinco? Ora gente! Já ultrapassamos a “casa” dos duzentos milhões de pessoas, daí para mais, imaginem a maioria possuindo educação e, gradativamente todos. E, isto é plenamente possível, desde que levado a sério, acrescido das dádivas que a natureza brindou o país. Nossa! Ninguém iria segurar o Brasil, no bom sentido. Sonhar ainda é permitido.

É lógico que investir na educação, calcado num planejamento de médio e longo prazo, isso é prioridade. Povo educado sabe dos seus direitos, e, em contrapartida de seus deveres. Povo educado sabe fazer cobranças e exigir melhorias, por certo também sabe valorizar quem lhes dá oportunidades.

Os exemplos estão aí no mundo. Vejam o que aconteceu com a Irlanda, Coréia do Sul e Espanha entre outros países, que aplicaram ações pró-educação. Eles apostaram na educação. Será que podemos fazer o mesmo? E, também obter resultados positivos?

Às vezes parece até que manter o povo sem educação é o objetivo. Pois que seria mais fácil ter o povo subjugado, manipulado, etc., e tal.

A educação é o início, o meio e o fim. Como querem que o país cresça se deixam de lado a educação. Não conseguimos entender. Um povo (país) educado tem mais chances de crescer, progredir, dar sustentação de bem estar (saúde) e segurança à população, com geração de empregos e ativação positiva nos campos sócio, cultural e econômico.

Á educação é um dever do Estado, levá-la, complementá-la, onde for necessário, com garantias, condições e meios, aonde for possível: pantanal, caatingas, cerrados, litoral, selva, centros urbanos e periferias, e sem politicagem é o que o povo almeja.

Nações estão de “olho em nós”. Nas nossas reservas e potenciais naturais. Será que queremos ser dominados? Povo sem educação, sem cultura, sem civismo, é como presa de  fácil domínio, fragilizada.

Vamos fazer valer as leis, acabar com a impunidade, afinal a Constituição Federal, diz que: todos são iguais perante a lei. A instituição do foro privilegiado tem que ser revista. Não pode servir de amparo aos infratores. Uma coisa é proteger quem fala a verdade, outra é dar guarida a quem comete ilicitude, que pode ser antes e/ou durante o exercício do cargo.

Por outro lado, quando será que os presos trabalharão para pagar o quê consomem na prisão, além de cumprir a condenação imposta pela justiça. Sempre ouvimos dizer que o trabalho dignifica o cidadão. A ociosidade é oficina do mal. Cada preso custa uma fortuna e quem paga?

Respeitados os estudos quanto à realidade de cada região, urge a elaboração de um plano para educação que abranja todos os recantos do país, numa forma genérica, com a valorização dos mestres e estímulo ao aprendizado, enfocando o que há de melhor em cada localidade, com a participação da sociedade, sem assistencialismo. O povo não quer esmolas. Aliás, esmolas geram degradação. O povo quer viver condignamente. O povo está ávido por conhecimentos, que possam ensejar qualificação, com visão de recompensa no futuro.

Nada de querer reinventar a roda, é somente arregaçar as mangas e pôr as mãos à obra, sem cogitar de querer levar vantagens, como é uso e vezeiro, nos tempos atuais. Vantagem sim, a de propiciar o alargamento dos horizontes do povo, e impulsionar o progresso no Brasil. Mas, antes brasileiros, urge diminuirmos a corrupção (essa praga mais que milenar, nasceu com o homem, em face disso, subsiste em qualquer parte do mundo em escalas maiores ou menores), diminuir sim, porque acabar é uma utopia, através de aplicações das leis. Nós somos capazes. Temos o direito de querer o melhor.

Que país é este?

Nelson Vieira – Secretário Estadual de Educação e Cultura do GOB-MS