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Pobreza, Direitos Humanos e o Pazear

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Pobreza, Direitos Humanos e o Pazear

Diz o artigo 1º  da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
– Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Isto é uma utopia? Acontece de fato? Sabemos que não. Entretanto o que move o homem é a sua capacidade de sonhar e partir em busca da realização do seu sonho. É sobre isso que vou poetar. Sobre igualdade, fraternidade, liberdade, solidariedade, compaixão, amizade, respeito e amor.

Em todas as pessoas, em mim e em você, em nós, pelo mundo todo há muita fome, muita sede, muita insegurança, muitas guerras, violência, opressões, indiferenças…

E, há muita corrupção. Todo o Brasil está corroído pela fétida lama da corrupção. Esmaga-me saber que o dinheiro roubado pelos empresários, banqueiros e políticos, mata com violência, gerada pela miséria, o meu pobre irmão.  Lança na pobreza a população.

O Brasil vive  uma guerra civil ignorada. Morre mais gente aqui do que nos países em conflitos. Morre mais gente nos atentados do Pará do que nos irracionais atentados terroristas, pelo mundo. Matam  mais mulheres, aqui. Matamos mais índios.  A violência sexual contra crianças tem um volume imenso. A prostituição infantil, uma chaga! O comércio de pessoas. A cor da  pele tem peso. E tudo isso, a violência sem limites, vem no bojo da pobreza.

A pobreza é o mais grave problema da violação dos direitos humanos. Ela é causa e produto, pois aqueles que têm os seus direitos fundamentais negados são, certamente, os pobres, e, em seu bojo vem à discriminação, o acesso desigual aos recursos, a estigmatização social e cultural.

Mas, ainda não se vê a pobreza pelo ótica  dos direitos humanos. Devemos compreender que os direitos consagrados na Declaração Universal dos Diretos Humanos significam muito pouco para os bilhões de indivíduos que vivem à margem, vulneráveis, sem segurança, com fome, doentes, sem emprego, sem educação, sem saneamento básico, etc… A pobreza precisa ser olhada pelas lentes dos  Direitos Humanos.

E,  a  esses invisíveis, miseráveis que não vemos, que se encontram a metros de nossa existência, – que chegam sem pedir licença,  buscando o espaço que lhes pertence, é a eles que  ofereço o meu poema!

E, é em nome dos famintos,
Dos que sentem frio,
Dos que se revoltam,
Dos que morrem abandonados,
Dos que sonham,
Dos que buscam a paz;

Em nome dos que falam em silêncio,
Do olhar aflito,
Dos humilhados pelas esmolas,
Dos que dormem ao relento,
Dos que a fome lhes dói,
Dos que estendem as mãos aflitas,
Dos que gemem de dor
Dos que choram lágrimas de medo;

Em nome dos sonhos mortos,
Dos que dormem na chuva,
O sono miserável dos esquecidos,
Ofereço estes versos como um diálogo de paz.

Ofereço a minha voz para que se rebelem
Contra todas as xenofobias e discriminações;

Ofereço meu canto de liberdade para que
Todos tenham o direito de ser humano,
E, fiquem livres da opressão, da tirania e do medo;

Ofereço minhas mãos para que nos liberem das dores, da indiferença, das guerras e do terrorismo;

Ofereço minha força
Para eliminar as exclusões e injustiças.

Divido meu pão
Com aqueles que a fome  destrói;

Ofereço o meu cobertor para que se agasalhem
Da chuva e do vento que os acolhe nas ruas;

Ofereço meus versos, meu bem maior,
Para a construção de uma herança de paz.

Entrego a minha poesia como semente,
Que ela germine  ajudando a diversidade e a biodiversidade;

Entrego minhas canções para que se diluam nos ventos, nas águas, nas matas, no fogo, e, enfim,
aniquilem a gaiola, a prisão silenciosa, que atordoa
O invisível!

Ofereço meu canto de paz e me associo a harmonia que induz o PAZEAR.
Conclamo, a todos,  a conjugarmos, a nos harmonizarmos –  no verbo da paz que nos diz – no presente do indicativo, pois é um verbo de ação, ação que nos falta:

Eu pazeio!
Tu pazeias!
Ele pazeia!
Nos pazeamos!
Vos pazeais;
Eles pazeiam.

( trechos – atualizados   ) da prosa poética escrita em Campo Grande-MS, 05.12.10 – para o aniversário de 60 anos da instituição dos Direitos Humanos

Delasnieve Miranda  Daspet de Souza
Embaixadora Universal  da Paz, Ativista de Causas Humanitárias, Ambientais,  Sociais e Culturais.