JOVENS CARENTES E SEM LIMITES

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Nelson Vieira*

Independente de classe econômica e social, os jovens estão cada vez mais carentes de atenção, em virtude de mudanças ou inversões dos valores.

De atenção sim, de seus pais e ou responsáveis, basta ver os acontecimentos diários numa proporção assustadora e alarmante, praticamente sem controle acontecendo nas cidades.

Se desde pequeno o menino, a menina, tem liberdade para fazer o que quiser, fica difícil mais adiante querer impor regras aos mesmos.

Os jovens hoje em dia, graças às tecnologias a disposição das pessoas, são privilegiados, porquanto quase nem precisam sair de casa, pois boa parte das coisas lhes vem às mãos, sem muito esforço, de mão beijada. Claro que por detrás tem alguém a custear.

Poucos são os que trabalham e, ai cumpre dizer que, a procura por emprego é maior que a oferta, infelizmente. Mas, os que estão em atividades laboriosas, têm a oportunidade de sentir na pele o peso da responsabilidade, precocemente, a começar pelo cumprimento de horário. E, para estudar somente no período noturno. Folgas! No fim de semana e para alguns só no domingo e, olhe lá!

O fato é que facilidades, sem contrapartida, levam o indivíduo achar ser fácil obter o que desejar. Na verdade, nada cai do céu por acaso, quando assim parece, o valor é subestimado. Diferente da conquista, mediante sacrifício.

Na maioria dos jovens falta terem obrigações, de conformidade com a idade, compatíveis com a capacidade de entendimento, divisões de tarefas no lar, naquilo ser possível executar e que é necessário, por exemplo: aguar plantas, limpeza de quintal, manter o quarto limpo, cuidar da higiene pessoal e do ambiente interno da casa e etc. e tal.

As obrigações favorecem o amanhã do jovem com naturalidade, preparando-o para a labuta pela sobrevivência quando tiver que fazer por si, longe da proteção dos pais ou responsáveis. Quando lembrará o quão útil foi o aprendizado que teve a partir da família; a religiosidade, respeito ao próximo, a natureza, observada a hierarquia e disciplina. Que podemos traduzir em amor, em carinho, algo tão esquecido no trato dos pais para com os filhos.

Aliás, tem pais transferindo para as escolas o que compete eles fazerem. Agora imaginem o tormento que é para o professor: instruir, educar e complementar a educação extra escola, dever dos pais. Relegam a terceiros a atenção devida aos filhos e, depois ficam a chorar o leite derramado.

Aquele que tem mãos passadas sobre a cabeça, no cometimento de ações nefastas desde a infância, com certeza passará dificuldades no futuro. Os limites são importantíssimos e a criança deve conhecê-los paulatinamente desde o engatinhar, porque a inobservância acarreta prejuízos irreversíveis. A sociedade é implacável.

A semente semeada em solo fértil, germina, cresce e, precisa de cuidados especiais para se tornar uma bela árvore ereta, e gerar ótimos frutos (alimentos) e madeira (construção), caso contrário talvez, nem servirá para lenha.

O futuro do país necessita no presente mais atenção dos pais perante seus filhos, não basta pôr no mundo e deixa-los por conta de terceiros, mesmo que esses sejam remunerados, é preciso marcar presença, quanto mais amiúde melhor.

A educação (a começar com a de berço) e a instrução (adquirida ao longo do tempo) são importantíssimas na formação que distingue uma pessoa, quanto o moral e intelectual; índole, gênio, feitio. Força de alma, firmeza, resolução e coerência nos atos.

A grandeza, de um povo, advém do alicerce construído a partir da educação ministrada para todos na mesma proporção, independente de raça, credo e classe social.

*Secr. Est. de Ed. e Cultura do GOB-MS.