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“A QUEDA DA BASTILHA”

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“A QUEDA DA BASTILHA”
(14-julho-1789)

E o que era a Bastilha? Bastilha, uma prisão torre onde ficavam os presos políticos, adversários dos dominantes: Clero e Nobreza, que constituíam o 1.°e 2.º Estados ou Poderes, na França. A burguesia e o povo formavam o 3.º Estado.

Era o ano de 1789 e lá se vão mais de dois séculos, o povão “penava” que dava dó, com dificuldades de toda forma. Só uma minoria tinha vez, mandavam e desmandavam. Minoria essa composta somente do Clero e Nobres.

Os dominantes (minoria) ocupavam cargos públicos, judiciários e detinham a posse de muitas terras. A burguesia e povo perfaziam cerca de 96% da população e subsidiavam os privilégios do Clero e Nobreza.

Os franceses cansaram das mazelas. Pagavam impostos e taxas descabíveis para deleite de poucos, os dominadores. A “Lei da Vantagem” conhecida por todos na França, era prática usual. Herança maldita. Ressalta-se que o Clero e a Nobreza não pagavam impostos.

O povo suportou tantas amarguras, a ponto de chegar o momento de não tolerar mais, eis que tudo tem limites. E, deu no que deu, a massa se rebelou cabeças literalmente começaram a rolar, guilhotinadas. E a Bastilha caiu aos 14 de Julho de 1789, começo da redenção dos franceses, menos favorecidos, era a maioria, que exclamava a todos os cantos: “LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE”, sob o velário de organizações secretas integradas no movimento revolucionário, na perseguição de melhorias e justiça para o povo francês, à época. Trilogia conhecidíssima (entre os homens de bons costumes), inscrita no “ARCO DO TRIUNFO” e em vários pontos da França e do mundo. Um marco na história da humanidade.

Num exercício de analogia com o Brasil, de hoje, guardadas as proporções, assistimos atônitos o caos reinante. Tomamos conhecimento de atos de lesa pátria, de antipatriotismo, praticados à luz do dia por aqueles (com exceções) que têm a obrigação de gerir os destinos da Nação. Brasileiros morrem nas filas, na esperança de atendimento hospitalar, propriedades invadidas, estupros, assaltos, tráfico de substâncias tóxicas, tráfico de influência (onde “quem pode mais, chora menos”), falta de moradia, há desemprego, muita corrupção, etc. e tal. E o poder aquisitivo do povo, ó!

O povo a todo instante é atingido e exigido. Nós temos leis, vamos aplicá-las, doa a quem doer. A impunidade, um câncer a atormentar tem que ser extirpada. A justiça tem que ser mais célere, eliminar a torpeza, e ser complementada por um sistema carcerário que realmente possibilite o condenado quitar sua dívida perante a sociedade, bem como torná-lo útil. O cerceamento da liberdade ao condenado não basta. Por que a obrigação de sustentar um indivíduo com capacidade física e mental, que comprovadamente errou? Tem que produzir. Trabalhar sim, para a comunidade. E que ao retornar ao seio da sociedade, poderá refletir se compensa permanecer na criminalidade. Manter um preso é muito dispendioso. Quem paga a conta? “Ofende os bons, quem poupa os maus” (Eleodoro Vasques Escobar).

Agora, o povo está ávido por uma política que estimule os empresários contratar. Para que isso ocorra, urgem mudanças que diminuam os encargos sociais. Pois que emprego é vida, lazer e autoestima. Os agricultores/pecuaristas clamam por preços mínimos na venda dos seus produtos, por insumos com custo compatível, por ambientes de estocagens e juros condizentes. Sem contar que dependem de condições climáticas para um resultado satisfatório. São eles que produzem o quê comemos, utilizam mão-de-obra e são responsáveis por parcela considerável da exportação, numa notória contribuição à balança comercial.

O Brasil tem tudo para dar certo, tem extensa área agricultável (facilidade de mecanização), entrecortado por rios (fomentar a navegação fluvial), vasto litoral (dar ênfase a navegação de cabotagem e longo curso), incentivar o transporte ferroviário (hoje precário), criar centros intermodais, uma Amazônia (cobiçada), um Pantanal, ambos com riquezas no subsolo e solo (fauna e flora), uma Itaipu, uma reserva aquífera extraordinária (Reserva Guarani), um parque industrial num crescente. Não tem belicosidade com países vizinhos. Tem lindas cidades, um clima fenomenal, sem catástrofes constantes de origem natural. Com gente inteligente, querendo participar. O Brasil é um país abençoado por Deus.

Faltam respeito e seriedade no trato da coisa pública. Falta abolir o verbo “locupletar” e diminuir a corrupção. Falta vestir “a camisa verde e amarela”, permanentemente.

Nelson Vieira**Secretário Estadual de Educação e Cultura do GOB-MS, membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul, correspondente da Academia Rio Grandense de Letras –RS, da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves – POA, membro da ARLS – Aurora II, n.º 2017 e Associação Internacional de Poetas.